sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Alexander McQueen - Paris Verão 2010


Se a natureza está em pauta nos desfiles internacionais, Alexander McQueen criou uma toda sua.Talvez nem tanto pela roupa, mas pelo conceito na forma da apresentação. Duas câmeras móveis, imponentemente dispostas na passarela moviam-se livremente seguindo as modelos ao longo de sua caminhada. As imagens captadas então, eram projetadas num imenso telão na boca de cena, reproduzindo um desfile infinito quando as câmeras se voltam para entrada da passarela. Cenas de Raquel Zimmermann deitada na areia com combras ou emergindo nua da água se intercalavam a tais imagens em tempo real, propondo um perfeito plano de fundo para a coleção que estava sendo desfilado.
Propondo uma visão panorâmica (da platéia, dos fotógrafos e de detalhes dos looks), e não só do desfile em si, McQueen ao lado de Nick Knight tentaram elevar a um padrão totalmente novo a crescente tendência do live streaming na moda, levando todo o mise-en-scène de um desfile de moda para uma audiência jamais imaginada. E até a tentativa de entrar num desfile sem convite ganhou versão virtual. Momentos antes da apresentação, Lady Gaga, com seus mais de 1 milhão de seguidores, twittou que seu novo sigle seria ali lançado, derrubando o servidor do site por um imenso número de acessos.

Quanto às roupas em si, McQueen elevou sua paixão por estampas a um nível completamente diferente. Todas digitalizadas, vem num misto de escamas de répteis, com formas geométricas e outras abstratas, gerando uma imagem absolutamente encantadora. Como que suas mulheres fossem de uma espécie mutante, sobreviventes de um desastre natural, tais estampas hibridas vem aplicadas sobre uma série de vestidos curtos, com saias levemente volumosas e top mais justas. Com formas sempre em função da estampa, McQueen alia toda sua técnica digna da alta-costura com a mais avançada tecnologia de estamparia e modelagem.
A clássica alfaiataria que McQueen executada com imenso primor, agora também ganha contornos jamais antes imaginados. Casacos vem cortados totalmente assimétricos, em tecidos cinzas, típicos dos ternos masculinos, parecem moldados sobre os vestidos de base turquesa, como se fossem uma peça só, dando de fato, ares novos para alfaiataria.

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